domingo, 13 de abril de 2014

                 MARTINHO LUTERO

Figura central na reforma protestante.

Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, na cidade de Eisleben, Alemanha. Estudou filosofia e direito com pretensões de seguir a carreira jurídica mas, diante do perigo de morte numa tempestade, em 1505, decidiu tornar-se monge agostiniano. A partir daí, Lutero resolveu dedicar-se ao estudo profundo das escrituras. Tornou-se professor da universidade de Wittenberg, onde ministrava sobre os livros da Bíblia.
Nesse período, Lutero passou a ter outro entendimento acerca da justiça de Deus, muito além da que trata o pecador, mas como a manifestação do Seu amor que o justifica pela fé em Jesus. Ele foi convencido de que a salvação é um dom de Deus, entregue pela fé no sacrifício santo de Jesus e não pelas obras, embora estas sejam fruto de um coração rendido a Deus. Declarou também que a Bíblia era a única fonte de conhecimento divinamente revelada.
A exposição desse novo entendimento da Palavra de Deus abalou as estruturas da Igreja Católica Romana e de suas e de suas autoridades papais. Havia, naquele momento, uma insatisfação tanto dos governantes quanto do povo diante das imposições religiosas e arranjos políticos da igreja, que era riquíssima, mas não zelava pela justiça social. Os papas estavam muito mais interessados em "desfrutar o papado do que cuidar do rebanho". A salvação era oferecida em função das obras, imposta por meio de indulgências. Essa forma de remir pecados por imposição foi chamada também de matemática da salvação (débitos = pecados: créditos = boas obras ).
Em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou, à porta da igreja de Witternberg, as suas 95 teses. Essa era a forma usual de se debater diferentes pensamentos com o mundo acadêmico. As propostas não foram acolhidas pelos líderes religiosos e, a partir desse momento, ele foi convocado algumas vezes pelas autoridades eclesiásticas para responder à acusação de heresia e retratar-se diante da igreja, mas permaneceu firme em suas convicções. Foi apoiado por estudantes, professores e por pessoas que aderiam aos pensamentos de pré-reformistas, João Hus. Em 1520, Lutero escreveu várias obras importantes, entre elas: A nobreza Cristã da Nação Alemã, O Cativeiro Babilônico da Igreja e A Liberdade do Cristão. Em 1521, ele foi excomungado da Igreja Católica romana e refugiou-se no castelo de Wartburgo, onde traduziu a Bíblia para o alemão.
Desse periodo em diante, a reforma proposta por Lutero foi difundida nos principais alemães, originando grandes conflitos entre os católicos e lideres luteranos, os quais realizam, em 1529, um protesto formal que deu origem ao nome historico "protestantes". Outros conflitos politicos religiosos ocorreram, terminando com um tratado intitulado "Paz de Ausburgo" que assegurou a legalidade do luteranismo (1555).
Os principios básicos defendidos por Lutero e outros reformadores, que permanecem como fundadores de fé e prática dos cristãos protestantes foram: sola Scriptura (somente a Escritura), sola Chisto (somente Cristo), sola gratia (somente a graça), sola fides (somente a f´r), soli Deo gloria (glória somente a Deus) . Outro principio aceitto por todos foi o do sacerdócio universal dos fiéis.
Lutero, além de ser um ícone de Reforma Protestante, foi movido a provocar mudanças profundas na sociedade da época. Em 1525, casou-se com Catarina von Bora, estabelecendo um modelo para a prática do casamento clerical. Compôs inúmeros hinos com melodias e ritmos populares, entre eles, Castelo Forte, cantado até hoje pelos cristãos. Reivindicou-as autoridades a construção de escolas para rapazes e moças. Denunciou as injustiças sociais e cobrou mudanças na ordem econômicas e social.
 Sua morte ocorreu em 1543, mas o seu testemunho ecoa através dos séculos por ensinar a igreja a viver o evangelho puro e santo.
 A igreja Batista Central do Barreiro foi fundada em 31 de outubro de 1996, lembrando o dia em que Lutero apresentou suas 95 teses ao mundo, estabelecendo o marco da Reforma Protestante.


Adaptação de texto do Pr. Alderi de Souza Matos, Professor de História da Igreja e Coordenador da área de Teologia Histórica do Instituto Presbiteriano Mackenzie em São Paulo.


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