sexta-feira, 4 de abril de 2014





O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM DO NASCIMENTO À ALFABETIZAÇÃO.


Algumas das maiores demandas no  consultório fonoaudiológico sao as alterações de fala e linguagem. Queixas como " Meu filho já tem dois anos e ainda nao fala nada!", ou "Minha filha troca várias letras ao falar" são frequentes nas consultas. Aprenda a prevenir esses problemas e a oferecer a seu filho um  ambiente favoravel ao desenvolvimento da linguagem. Seguem abaixo algumas orientações importantes que devem ser observadas desde o nascimento do bebê.

NASCIMENTO.
Ao nascer, o bebê deve realizar o Teste da Orelhinha. O procedimento é gratuito e garantido pela Lei 12.303/10. Algumas maternidades realizam o teste antes mesmo da alta hospitalar, e caso isso não ocorra, ele pode ser agendado no centro de Saúde onde a creiança esteja cadastrada. Trata-se de uma medida importante para verificar se o bebê é, ou não surdo.

 0 A 18 ANOS
Mesmo que seu bebê ainda não fale, ou esteja apenas nas primeiras palavras, ele já é capaz de ouvir e ver, e é a partir da audição e da visão que ele compreenderá como deve mexer a boca para produzir o mesmo som que está ouvindo. Por isso, é de extrema importância que converse com seu filho de frente e lhe apresente o nome das coisas. Você pode fazer isso, por exemplo, durante o banho. Enquanto lava e seca cada parte do corpo do bebê, nomeie cada uma delas. O ideal é que não seja um momento programado, mas que essa estimulação ocorra naturalmente no dia a dia.

18 MESES A 5 ANOS
Essa é a faixa etária em que a criança aprende todos os sons da nossa língua. Trata-se de um processo gradual tanto no que se refere à quantidade, quanto à complexidade das palavras. Sons como os das letras B, P, M , D  e T são mais fáceis de serem produzidos e costumam ser as primeiras consoantes adquiridas logo por volta de um ano e meio. Ao passo que os sons dos encontros consonantais, como nas palavras "BRaço, liVRO, PLanta e GLobo", são bem mais complexos e somente são adquiridos por volta dos 5 anos.Cabe aos pais e cuidadores dos pequeninos evitar corrigi-los, dizendo:" Não é assim que fala..." , "Está errado..." , mas apenas apresentar-lhes o modelo certo sem repetir a palavra errada que disseram. Por exemplo, se uma criança disse " Mãe me dá um pato " no lugar de "Mãe, me dá um PRATO", o modo errado de se corrigir seria: "não é pato é prato", pois a palavra errada foi repetida pelo adulto, o que pode confundir o raciocínio da criança. O modo ideal de correção seria: "Ah, já entendi, você quer um prato, vou pegar o prato para você (...) toma o seu prato". Repetindo a palavra da forma correta por diversas veze, você auxiliará seu filho a aprendê-la.

A PARTIR DOS 6 ANOS
Inicia-se, nesse momento, o período da alfabetização, pois é o cérebro da criança está maduro o suficiente para utilizar a linguagem escrita. Qualquer dificuldade que tenha passado despercebida nos períodos anteriores pode vir a refletir nessa aquisição. Também, é importante lembrar que cada criança possui um ritmo próprio de aprendizado: enquanto umas estarão aptas a serem alfabetizadas aos 5 anos, outras podem atingir esse estado apenas aos 7 anos. Para escrever, a criança precisa pensar nos sons que a palavra possui e posteriormente identificar as letras que representam tais sons para, assim, escrevê-los. Já na leitura, é necessário fazer o caminho inverso, analisa-se o som da letra e junta-se cada som para formar a palavra a ser dita.
devido à complexidade dessa tarefa, muitas são as dificuldades enfrentadas pelas crianças na fase da alfabetização, e a diminuição na qualidade de ensino em muitas escolas somada à falta de apoio familiar aos aprendizes tornam a situação mais difícil. Apesar disso, é importante que, ao final do primeiro ciclo ( 1°, 2° e 3° anos), a criança já esteja alfabetizada.
Cabe ressaltar que crianças com dificuldade em superar qualquer uma das etapas brevemente descritas acima podem contar com auxilio profissional de varias categorias (Fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais, Psicólogos, Pedagogos, dentre outros), que, a partir de diferentes abordagens, podem auxiliar no processo do desenvolvimento da linguagem infantil, seja ela oral ou escrita.


Bárbara Lobo  ( FONOAUDIÓLOGA ). Trabalha no Hospital Odilon Behrens em Belo Horizonte.

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